São muitos os aforismos criados pelo psicanalista Jacques Lacan. O que é um aforismo? Trata-se de verdade máxima indiscutível como alguns axiomas que formam um raciocínio lógico como “Todo homem é mortal. Sou homem; logo, sou mortal”. Nesse sentido, o aforismo lacaniano permite essa lógica já que toda mulher, se assim definida, será inexistente.
Usar um aforismo dessa natureza soa difícil a este século 21 em que as mulheres se declaram empoderadas, em que muitos direitos têm sido a elas delegados. Soaria ainda como antifeminista, talvez até como contrário à existência da mulher.
Se há o Dia Internacional da Mulher, suposto imaginar que ela exista. Homenageá-la com uma festiva data comemorativa e com muitos eventos feministas, então, nesse caso, fica mais difícil para entender o aforismo. De que fala Lacan? São aforismos, não são axiomas, primeiro ponto. Ele aponta que mesmo com todos os avanços científicos de sua época, a mulher ainda é a mãe, o primeiro Outro do sujeito. Mais, no inconsciente, não há diferença sexual; assim, a mulher é também o Outro de um sujeito mulher ou de um sujeito homem.
Não é que não exista o lugar da mulher, é que esse lugar está sempre vazio.
Dá o que pensar.
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