Na dedicatória, Frederico escreveu para mim: Espero que este livro te inspire a espalhar amor pelo mundo. Diz tudo e muito sobre essa obra de literatura juvenil. A narrativa envolve jovens adolescentes que se conhecem na escola exatamente naquele momento de inúmeras dúvidas; entre elas, as questões de gênero.
Em meio às atividades e às festas, esses jovens tentam um ‘encaixe’ projetando em outros a pergunta que sempre fica no ar: quem sou eu? Mais ainda, que é aquele outro com que convivo nesse cotidiano de bullying que se naturalizou.
Na leitura, o leitor vai tentando entender o porquê as nomenclaturas vão surgindo: serei lésbica? Sou assexual? Gay? De repente é como se sentíssemos que todas as diferenças se reuniram para um encontro nessa obra sem que o narrador desse juízo de valor a uma ou a outra. As diferenças desses adolescentes são todas iguais, são agruras de um corpo a ser descoberto.
Ao final, o autor nos brinda com um glossário. Tudo fica claro. Cada personagem vem acompanhado de seu nome e de sua identidade de gênero. Com delicadeza, Frederico Moreira inspira a espalhar o amor pelo mundo e traz vários alertas a respeito de como usar a linguagem: se você não faz parte da comunidade LGBTQIAPN+, não use termos que possam ferir ou serem mal interpretados. Lembramos aqui da obra recente de Santiago Nazarian, já comentada no Cultura em Foco: Veado assassino. A comunidade sabe como usar esses termos. Aos de fora, soam pejorativos.
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