Falar do negro na sociedade brasileira remete ao entendimento sobre as questões da racialidade, da etnia, em função da biologia e da cultura, ou seja, trata-se de desconhecer o papel da antropologia quando aponta que é exatamente pela cultura que discussões aparecem. Em outras palavras, nada na biologia aponta para as diferenças que segregam o negro.
Em Racismo Estrutural, Sílvio Almeida comenta que o racismo não é algo que poucas pessoas ou instituições optaram por praticar, mas uma característica dos sistemas sociais, econômicos e políticos em que todos nós existimos.
A própria estrutura da língua portuguesa desconsidera culturalmente os ensinamentos da antropóloga Lélia Gonzalez em suas considerações sobre o ‘pretuguês’ naquilo que a autora considerou como um lugar em que se insere o Brasil: a ‘Améfrica Ladina’.
Entre colorismo, branqueamento, transição capilar, acompanhamos desdobramentos desse racismo estrutural que ora se esconde, ora se coloca criticamente como a pensar sobre o nosso ‘lugar de fala’ para combater essa estrutura com atitudes não apenas de não sermos racistas, mas de empreendermos a fala do antirracismo como nos diz Djamila Ribeiro.
É um momento de pensarmos na existência de quilombolas e na manutenção das cotas raciais que passarão por validações. É passada a hora de pensarmos na dor e sofrimento causados pelo racismo como já apontava o psiquiatra Fanon décadas atrás no século XX.
É necessário reiterar que a cultura brasileira não é branca. E, por isso, caminhamos com Lélia Gonzalez e dizemos com ela: ‘o lixo vai falar’.
O Dia Nacional da Consciência Negra acontece em 20 de novembro, no Brasil. Criado em 2003 e incluído no calendário escolar, foi oficialmente instituído nacionalmente pela lei nº 12 519, de 10 de novembro de 2011. A data aponta para a morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil, em 1965. Também em novembro, no dia 18, há o dia do combate nacional ao racismo. Espero vocês!!
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