Lourenço Mutarelli ficou conhecido do grande público quando sua obra O cheiro do ralo virou filme estrelado por Selton Melo em 2006. O autor também está nesse filme. O livro dos mortos foi publicado em 2022 pela Companhia das Letras e mostra pelo título a designação dada a uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito, escritos em rolos de papiro. Versões mais sofisticadas eram compostas de ricos ornamentos tipográficos, conhecidos como vinhetas, e colocados nos túmulos junto das múmias. A imagem da capa da obra é de Mutarelli também.
Como em outros de seus livros, trata-se de uma leitura complexa da narrativa. Como diz o próprio autor é um perder-se em emaranhados que, ao final, fazem sentido.
O subtítulo dá a pista sobre a obra: Uma autobiografia hipnagógica. O que seria isso? Experiências perceptivas, associadas a fenômenos visuais, táteis e auditivos que acontecem na transição entre a vigília e o sono, ou seja, ao adormecer. Essas experiências acontecem em uma obra densa e longa, são 497 páginas em que o leitor precisa estar atento e, seguindo proposta do autor, ler as notas. Elas são fundamentais.
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