Porque hoje é sábado, diria Vinícius em célebre poema.
E porque hoje é sábado, professor e professora quase sempre descansam.
Descansam da lida da sala, encampam a lida do feito e do por fazer.
Se professor, professora, é professar, o que professam em tempos de protagonismo estudantil, de tantas e muitas e novas e velhas metodologias?
Quem dera ser maestro, maestrina. Maestro e maestrina são práticos em alguma coisa. Professor e professora só ensinam. Cabe ruir o termo porque parece que ensinar enleva a sina, um destino, algo como que por obrigação divina se faz.
Ensinar ou praticar alguma coisa não está para este mundo. Quem com varinha de condão comanda alguém, alguma coisa? Quem à frente tem uma gente embevecida a aprender? Quem?
E heróis, heroínas, então? Fora de toda ordem. A sátira comanda até DC e Marvel. São coringas os vencedores; onde haverá super-homem e batman, seres tão cheios de traumas? Quem quer tanta angústia? Nossa, ainda bem que herói ainda tem acento porque fazer coisas heroicas não acentua nada a ninguém.
Mestre e mestra, então? Muito saber. Resta saber se sabor há. E, como diria Sócrates, como é possível que coloquemos conhecimento de taça cheia à taça vazia? Muita prepotência, diria Paulo Freire.
À falta de como chamar, chamaremos por gente. Gente batalhadora que cedo madruga e embarca em transportes vários, chega cansada – sempre animada – para dizer: - bom dia, queridos e queridas. Ninguém ouviu? ‘- ah, estamos na fase final do jogo.’ ‘– ah, estamos pondo o papo de ontem em dia’. Oh, gente humilde essa. Nem Garoto nem Vinícius acertariam.
Porque hoje é sábado, seria possível embelezar tudo? Será, diria Pessoa, tentando buscar algum amigo, amiga, que é feliz em tudo? E ele, não. Ele, não.
Olha que você se queixa e o robô vai fazer todo mundo feliz, hein? Nunca se cansará, sempre ativo a todas as novidades, companheirão. Só que não, só que não. Já pensou o robô à sala de reunião e dar de cara com um monte de outros robôs iguais a ele? Narciso pegará pesado.
Bem, mas porque hoje é sábado e talvez haja uma feijoada e uma boa caipirinha e, então, queridos e queridas, parabéns. Vocês são demais. E fazem a brincadeira, pois o resto é besteira. E nós estamos pelaí. Certo, Gonzaguinha?
Roseli Gimenes
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