Antes das filmagens, seja a serie Ripley – Netflix (2024), o filme O talentoso Ripley (1999) ou O sol por testemunha (1960) com Alain Delon, é necessário apontar que estão todos baseados em Talentoso Ripley, um romance de suspense de 1955, de Patrícia Highsmith, escritora, contista e roteirista que justamente ficou famosa por seus thrillers psicológicos, de suspense. Esse romance introduziu o personagem de Tom Ripley que reaparece em quatro romances subsequentes.
O Tom Ripley criado por Highsmith é apresentado como um vigarista sociopata, educado e amigável, mas totalmente amoral, que “sempre achara que tinha o rosto mais sem graça do mundo, um rosto completamente esquecível, com uma expressão de docilidade que jamais conseguira entender”. Quem lê ou assiste aos filmes- series - tem mesmo essa impressão, a de alguém cujo rosto é tão comum e por isso mesmo insuspeito das atrocidades que comete.
Quem são os Ripley? São considerados sociopatas com transtorno de personalidade antissocial (TPAS) que podem começar a demonstrar sintomas na infância, mas não é possível diagnosticar a condição até a adolescência ou idade adulta.
Quem tem transtorno de personalidade antissocial costuma mentir, infringir leis, agir impulsivamente e desconsiderar sua própria segurança ou a segurança dos outros. Os sintomas podem diminuir com a idade. O tratamento pode incluir psicoterapia e apoio aos familiares afetados.
De certa forma, é possível relacionar sociopatia e psicopatia no caso de psicóticos que, segundo a psicanálise, apresentam a estrutura da psicose, com personalidade que prejudica a percepção e o pensamento da pessoa, afetando sua capacidade de julgamento. Diferentemente do neurótico, o psicótico não reconhece as regras ou mesmo que as reconheça se sente indiferente a elas, nem respeita as normas estabelecidas. Por ser isento de culpa ou ansiedade, é possível que seja capaz de distinguir o certo do errado, mas por se colocar sempre em primeiro lugar e não possuir capacidade empática, tende a seguir o que considera bom para si, independentemente de "certo ou errado" dentro da sociedade ou comunidade em que está inserido. Como diria o psicanalista Ricardo Goldenberg, parece-nos uma figura bem conhecida: o canalha, o que não se importa com laços sociais. Live no Youtube do Instituto Legus – https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos
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