
Segundo Joel Birman, a arte mais próxima da psicanálise é o teatro. Em ambos há uma cena que se descortina, papéis que encenam, catarse que perpassa o espectador, as metáforas, a linguagem. Essa relação se dá entre analista e analisando.
É fato que textos milenares como Édipo Rei, de Sófocles, trabalhem as cenas que se põem em ato para escutarmos o escondido, o assombroso. É muito diferente ler um texto teatral e vê-lo encenado. A transformação incorpora literalmente a cena lida por meio dos atores, do cenário, da sonoplastia. Ler Shakespeare e ver Hamlet é muito distinto. Mais ainda, cada encenador, cada grupo teatral, faz leituras diversas. Cada sessão é única, não há como reproduzi-la. O que se chama ‘caco’ no teatro são as erupções do inconsciente que sobem ao palco sem que atores de fato saibam de onde elas surgiram. Não estavam no texto.
Há inúmeros espectadores que assistem à mesma peça muitas vezes, o resultado é diverso a cada apresentação por mais que marcadores de fala e de lugares sejam exatamente iguais. É como se o texto apenas tomasse forma pela boca e gestos dos atores. O teatro pode exemplificar sentimentos em uma relação psicanalítica: ciúmes, traições, destino, cegueira...tantos e imensos.
Seriam os psicanalistas atores que se colocam em papéis encenados com seus analisandos? Pais, mães, algozes?
Aproveitamos essa relação para apresentar alguns espetáculos teatrais para além das tragédias gregas tão bem conhecidas por alçarem papéis edipianos. Acompanhem-nos para apreciar alguns autores e encenações excepcionais do teatro que calam fundo para a psicanálise. Acompanhe a Live no Youtube do Instituto Legus
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