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Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves.

Foto do escritor: RoseliRoseli

Um defeito de cor, obra da mineira Ana Maria Gonçalves, foi publicado originalmente em 2006 pela editora Record compondo 951 páginas, um número significativo que pode desanimar o leitor pouco afeito às leituras volumosas. No entanto, como diz Millor Fernandes em orelhas à obra trata-se de uma leitura prazerosa, nada enfadonha, instigante.

A obra pode ser considerada uma narrativa de vida que mistura a realidade e a ficção já que na primeira parte a própria autora conta como chegou às suas mãos um manuscrito encontrado na praia das Amoreiras, próxima à Itaparica, em Salvador, no Brasil.

Esses manuscritos são narrados em primeira pessoa por Kehinde que com a irmã e a avó foram capturados no reino de Daomé, em África, nos anos 1810. Kehinde era uma menina na época com menos de dez anos. Foram escravizadas.

Passados 80 anos e muitas histórias lindas, e outras terríveis, e depois de a protagonista ter visitado vários lugares no Brasil, depois de liberta, ter retornado à África, conseguido uma considerável fortuna e muito poder, ela volta ao Brasil na tentativa de encontrar um filho desaparecido que se supõe ser o poeta romântico, advogado e abolicionista, Luís Gama.

Uma obra que perpassa o Brasil Colônia, a Independência e a República e que nos mostra os horrores da escravidão e a relação cultural entre nosso país e a África. Imperdível.

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