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Blogue da Roseli

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  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 24 de nov.
  • 1 min de leitura
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Lançado em 2025, o filme tem direção de Gabriel Mascaro. Ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim.

Tereza, de 77 anos, viveu toda a sua vida em uma pequena cidade industrializada na Amazônia, até o dia em que recebe uma ordem oficial do governo para se mudar para uma colônia de moradias para idosos. A personagem divinamente interpretada pela atriz Denise Weinberg decide que não precisa deixar sua vida para deslocar-se a um retiro. Decidida, ela parte em busca de solução mesmo tendo que reagir às diversas vezes em que precisa da autorização da filha até para comprar uma passagem de ônibus. Corajosa, dribla a perseguição até encontrar o marinheiro Cadu, também bem colocado pelo ator Rodrigo Santoro, que apresenta a ela o caracol Barba Azul cujas gotas postas no olho poderão mostrar o futuro das pessoas.

Ela descobre nessa viagem que precisa voar, tomar um avião clandestino para livrar-se da ‘carrocinha dos velhos’, o transporte de idosos para o refúgio que ninguém sabe muito bem como é. Mas é a lei. Ao completar determinada idade, as pessoas são banidas da sociedade. Teresa não aceita.

Nessa busca pela liberdade, sabendo que seu destino é voar, ela passa por muitas e estranhas situações até encontrar um barco, o de Roberta, que aceita levá-la. Antes que possa ser enganada mais uma vez, Teresa assume o controle de sua vida.

De uma Amazônia inóspita e poluída, chegamos com ela  a um outro universo da região com a beleza de rios que compreendem a metáfora de Roberta: seguir viagem, sempre. Como um sonho fluido.

Live no site do Instituto Legus - https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS

 
 
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Lançado em 2025 no Brasil, o filme dirigido por Sarah Friedland traz um tema delicado, a descoberta de que já não podemos estar a sós por causa da doença conhecida como demência.

Ruth Goldman, uma idosa que sofre dessa doença, passa a viver em uma moradia assistida. Lá, ela precisa lidar com diversas pessoas, rotinas e ambientes enquanto sua identidade e seus desejos se transformam. Embora resista a se identificar com os vizinhos idosos, Ruth se conecta com os cuidadores e confunde o próprio filho com um pretendente, desenvolvendo uma atração por ele.

Antes da mudança, Ruth já confundia o filho com um amante e, no automático, fazia ações estranhas como colocar o pão na torradeira e de lá tirá-lo para o colocar no escorredor de pratos. Diante dessas ações, ela se estranha, sem entender o que acabou de fazer. Esses momentos fazem com que ela saiba que há algo de errado, mas se nega a aceitar a situação.

Na casa de repouso, ela tenta sempre impressionar o psicólogo com a insistência em dizer muitas e muitas palavras para provar que não está demente. Em vão. A descoberta do inevitável deixa a personagem e o espectador atônitos.

Trata-se de um filme lindíssimo e que aborda o tema do ponto de vista de Ruth. Esse olhar é o da descoberta terrível.

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A obra foi publicada em 2024 no Brasil pelo Grupo Autêntica, venceu o prêmio Strega em 2020.

Ambientado em Florença e em outras pequenas cidades italianas, O colibri é a história de quatro gerações da família Carrera. O ponto de vista é o de Marco, filho médico do casal, Letizia e Probo. Marco é irmão de Irene e Giacomo, pai de Adele e avô de Miraijin. Marco Carrera é o colibri, a metáfora que mostra um homem com uma habilidade quase sobrenatural de pairar, permanecer firme, sem perder o ânimo em meio ao caos de um mundo em constante transformação, de uma vida com alegrias, mas também coincidências fatais, perdas atrozes e amores absolutos.Sandro Veronesi constrói, de modo não linear, a saga familiar dos Carrera. A história, contada por meio de diversos gêneros - cartas, documentos, e-mails, chamadas telefônicas, conversas de WhatsApp -, transita por memórias que vão dos anos 1970 aos dias atuais, aventurando-se até a audaciosa projeção de uma década. Permeado por traições, incomunicabilidades, questões geracionais e de saúde mental, resiliência, superações, doenças, morte e amor, o romance é emocionante, mostra a necessidade de olhar para o futuro com esperança; um retrato da existência humana, das vicissitudes e dos caprichos que nos impulsionam e, em última instância, nos definem.

Tudo narrado em meio a tristeza, mas com a tranquilidade e o bom humor do narrador e do personagem central, um colibri, e sua capacidade de seguir mesmo em meio à adversidade. A metáfora do beija-flor. Como na obra, voam até para trás e pairam lindamente diante do néctar das flores. Sublime.

Live no site do Instituto Legus - https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS

 
 
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