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Blogue da Roseli

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Cesarotto faleceu recentemente em abril de 2025. Psicanalista nascido em 1950, argentino, que chegou ao Brasil em 1977, tornou-se um nome de referência da psicanálise lacaniana junto a outros renomados analistas. Oscar não foi apenas psicanalista, era também um artista em suas criações de ikebanas, arte japonesa de arranjar flores, galhos, folhas e outros elementos naturais. A palavra ikebana significa flores vivas. Essa faceta de sua criação trabalhava além da arte de arranjos florais, porque eram ikebanas literários como aparece em sua obra apresentada como Sedições, ‘o novíssimo ikebana literário de amplo espectro transemiótico, indicado no tratamento das novas patologias da LCdCdTCTdHMLdSEdCG (Lógica cultural de consumo do turbo-capitalismo tardio da hipermodernidade líquida da sociedade do espetáculo da civilização globalizada)’. No Café Lacaniano do mês de abril de 2022, dia 23, sábado, realizado no Astrolábio Ateliê et galeria, Oscar Cesarotto e Luiz Palma apresentaram o "Tamanduá Bandeira", uma das ikebanas lacanianos da exposição, entre outras obras dessa serie ikebanas. Artista, psicanalista, Oscar também foi professor no programa de Comunicação e Semiótica, da PUCSP, onde fez seu doutorado. Nessa universidade, ao lado da Profa. Dra. Samira Chalhub, criou uma linha de pesquisa na área da Semiótica Psicanalítica que gerou muitos frutos e tantos outros livros. Na resenha feita à Revista Leitura Flutuante, o também psicanalista e amigo – já falecido, Geraldino Alves Ferreira Neto, fala sobre a obra Ideias de Lacan, organizada por Cesarotto: “Oscar Cesarotto foi feliz na concepção e organização do livro, convocando uma equipe de analistas que, embasados em sua experiência clínica, demonstraram dominar uma teoria estigmatizada de difícil, tornando-a palatável, assimilável e até divertida.” Aqui no Cultura em Foco, uma das primeiras lives foi exatamente sobre uma obra de Cesarotto, Tango Malando. Confira!

Live no YouTube do Instituto Legus - https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos



 
 
  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 28 de abr.
  • 1 min de leitura

Angelo  é um filme de drama austro- luxemburguês, dirigido por  Markus Schleinzer e lançado em 2018, está disponível no Looke. A obra é um drama biográfico sobre a vida de Angelo Soliman , um homem nascido na África que foi trazido para a Áustria na infância como escravo no início do século XVIII; mais tarde se tornou uma figura proeminente na sociedade vienense.

O que impressiona nessa obra, para além dos dados biográficos de Angelo, é a crueza com que retrata a ganância dos exploradores em arrebatar a arte, a natureza, o ser humano, enfim, para confinar tudo em museus. Literalmente, porque depois de morto Angelo tem seu corpo usurpado e transformado em espécime para apreciação do público ávido por aquilo que julgavam selvagem.

No ato de suposta bondade, um ser humano é explorado como borboletas em palitos, como flores dissecadas, como animais embalsamados. Como um objeto.

Live disponível no Youtube do Instituto Legus https://www.youtube.com/@INSTITUTOLEGUS/videos

 
 

A obra foi publicada em 2023 pela Editora Tabla. Primeira novela do autor palestino Ghassan Kanafani — originalmente em árabe, foi publicada em 1963 —, Homens ao sol conta a história de três homens, três palestinos afetados pela Nakba (catástrofe) de 1948 — quando centenas de milhares de palestinos foram mortos ou expropriados de suas terras, casas, bens, e obrigados a buscar refúgio em terras dentro da Palestina e fora dela. Esses personagens convergem em um mesmo lugar com uma mesma intenção: buscar uma vida melhor longe da terra ocupada. Os três estão tentando atravessar o Iraque e chegar ao Kuwait, encontrar ali trabalho, enviar dinheiro para a família, inventar uma nova vida. Ghassan Kanafani (1936–1972) é considerado o pioneiro da literatura de resistência palestina e influenciou muitos escritores árabes de sua época e desde então. Além de ativista político e figura central na construção da resistência palestina à ocupação israelense e ao projeto sionista, Kanafani é um grande escritor e seu talento literário confere à sua obra um caráter universal.

Para além do conflito que a obra mostra, há o inevitável desastre que toma conta daqueles homens que aceitam entrar como clandestinos em um caminhão pipa para, antes de chegar ao destino desejado, perecerem atingidos pelo calor. A pergunta que faz Varapau, o condutor do caminhão, ressoa até nós. “Por que vocês não bateram nas laterais do tanque?...Por quê? Por quê...Por quê?” (KANAFANI, 2023, p 100). Presos dentro da insuportavelmente abafada pipa foram obrigados a esperar por tempo demais enquanto o caminhão estava sendo liberado em uma das inspeções. Fugindo da tragédia nela pereceram. Uma tragédia humana anunciada.

Live disponível no Youtube do Instituto Legus https://www.youtube.com/@INSTITUTOLEGUS/videos

 
 
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