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Blogue da Roseli

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  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • há 4 dias
  • 1 min de leitura

A obra é uma publicação da editora Fósforo, de 2020, da autora Katharina Volckmer. A consulta é o primeiro romance da escritora. A ideia de quase monólogo aponta para um diálogo sem respostas entre uma paciente e um médico. O que se percebe ao longo da narrativa é que a paciente está fazendo um procedimento cirúrgico de mudança de gênero. A mulher passará a ter um pênis. Não um qualquer, mas aquele pênis judeu. Essa colocação está implícita no subtítulo da obra.

A partir daí a narrativa passa a um outro patamar, não se trata apenas de haver um monólogo silencioso com o médico, porque ele não responde, mas um diálogo silencioso entre paciente – uma alemã- e um médico- judeu. A natureza dessa conversa converge para questões éticas dessa relação. A mulher aponta que os alemães nunca se desculparam pelo holocausto e, nesse sentido, a mudança de gênero seria uma expiação dessa culpa.

Embora não se possa dizer se há relevância ou não, a capa da obra é vermelha. Ao centro, um ser – parece masculino- tenta segurar um pepino que, metaforicamente nos faz pensar em um grande problema. Ou apenas que pensemos na busca da personagem por um pênis judeu, um pepino de qualquer forma, no sentido de que tenhamos que resolver essa questão, basicamente a das relações entre alemães e judeus. Evidente, o pepino é uma interpretação. Difícil de digerir, essa é a ideia da narrativa em relação à problemática alemã  - e judaica.

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    Roseli
  • 19 de mai.
  • 1 min de leitura

Disponível em 2025 no Reserva Imovition- Prime vídeo, a obra é de 2024 e foi dirigida por Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha. Em Meu Bolo Favorito, uma senhora de 70 anos chamada Mahin (Lili Farhadpour) vive sozinha em Teerã após a morte do marido e a ida da filha para a Europa. Seguindo sua rotina, regando as plantas, lavando as louças, vendo televisão à noite, Mahin é uma mulher solitária. Um dia, ela decide acompanhar suas amigas em um chá da tarde e reencontra o ânimo para deixar a solidão e recomeçar sua vida amorosa. Quando ela se abre para o amor e a paixão, um encontro inesperado coloca em seu destino um novo romance. Assim como Mahin, o taxista Faramarz (Esmaeel Mehrabi) procura um colo para se aconchegar. Os dois conversam sobre o envelhecimento, a morte, o amor e a vida e uma fagulha incendeia o coração de ambos. Meu Bolo Favorito foca na vida interna de seus protagonistas sem deixar de lado a política que acompanha o Irã pós-revolução, cultivando uma história sobre os desejos íntimos de uma mulher em um país em que seus direitos são negados. Coisas simples como beber um vinho, ouvir lindas canções causam a espreita de vizinhos que fazem denúncia à polícia da moral. Com um final que nos comove é possível entender que as boas coisas da vida desapareceram e dificilmente poderão estar de volta.

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    Roseli
  • 12 de mai.
  • 1 min de leitura

Orthan Pamuk nasceu em 1952, em Istambul. Ganhou o prêmio Nobel de literatura em 2006. A obra O castelo branco é sua primeira publicação em 1979 e conta a história de um acadêmico veneziano aprisionado pelos turcos no século XVII. No Brasil, o livro foi publicado pela Companhia das Letras.

Chama atenção nessa obra a relação conturbada entre esse veneziano e Hoja a quem ele foi dado de presente. Aí começa a viagem que ambos fazem, na posição de escravo e seu amo a ponto de em algum momento da narrativa eles começarem a ter semelhanças corporais como a de gêmeos como em uma rara vivência intensa de ambos. Ele passa a ensinar tudo o que aprendera inclusive a contar suas experiências familiares ao amo o que nos faz pensar em uma posição de espelho entre esses dois personagens. Também fica evidente a ideia de superioridade da Europa (o veneziano) aos Outros (Hoja, o turco).

Nessa convivência atendendo a desejos do sultão turco, eles engendram projetos com máquinas destruidoras, armadilhas diabólicas e inclusive começam a interpretar os sonhos do soberano. O final, diante dessas colocações, é extraordinário. Quem era Hoja? Quem era o veneziano? Quais máscaras vestiram e desvestiram? Como explicar ‘quem somos’? Respostas que, segundo a obra, estariam nos nossos sonhos e em nossos pecados.

Apesar de a obra estar inserida em momento histórico, há referências à humanidade contemporânea passando por guerras estúpidas e epidemias que transformaram nossas vidas em trevas mentais.

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