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Blogue da Roseli

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  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 21 de ago. de 2023
  • 1 min de leitura

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Alma Despejada conta a história de Teresa, mulher de mais de 70 anos que, depois de morta, faz a última visita à casa em que morava. A casa foi vendida e sua alma foi despejada. Teresa era professora, de classe média, e apaixonada por palavras. Teve dois filhos com Roberto, seu marido, homem simples e trabalhador que se tornou um empresário bem-sucedido.

Em sua derradeira visita, Teresa faz uma limpeza nas suas memórias para levar consigo só o essencial. Com bom humor e poesia, a personagem transita entre o passado e o presente e, ao rever suas relações e trajetória de vida, faz um retrato da sociedade e de fatos da história do Brasil.

Estreada por Irene Ravache (2023), uma das maiores atrizes brasileiras, a peça ganha relevo de interpretação tanto que recebeu o prêmio Bibi Ferreira de melhor texto e de melhor atriz. Em 2020, o texto foi impresso em livro, pela editora Giostri.

A questão da morte revela uma outra: o fato de nos apegarmos a coisas que serão descartadas tão logo partirmos. A morta faz uma análise de sua vida com familiares e tece críticas às relações nesse sentido. Acompanhe a Live no Youtube do Instituto Legus

 
 
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    Roseli
  • 14 de ago. de 2023
  • 1 min de leitura

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Le Père é uma peça do dramaturgo francês Florian Zeller que ganhou em 2014 o Prêmio Molière de Melhor Peça. Estreou em setembro de 2012 no Théâtre Hébertot, Paris, com Robert Hirsch e Isabelle Gélinas. No Brasil (2023), a peça, uma comédia dramática acompanha a relação entre uma filha e um pai idoso que começa a perder a memória, o pai é protagonizado por Fulvio Stefanini (vencedor em 2017 do prêmio Shell de melhor ator pelo papel).

Bastante perspicaz, o texto leva a plateia a vivenciar também aquilo em que o protagonista acredita; em algumas situações desse jogo da memória, chega a ser difícil dizer o que é realidade e o que é imaginação.

Em 2021, a peça recebeu adaptação para o cinema como Meu pai, em que o personagem é interpretado pelo ator Anthony Hopkins. Em ambas, adaptação e a peça, uma questão contemporânea se coloca: o esquecimento, o Alzheimer, que atinge muita gente uma vez que a população, no Brasil inclusive, envelhece a olhos nus. Outros pontos surgem do espetáculo: o patriarcado, o filho preferido, uma volta ao passado, a rabugice, entre outras.

Um papel desses cria asas se interpretado por grandes atores, caso do filme e da peça. A magnitude da pobreza da alma humana explode e o espectador firma a catarse porque se vê ali como em um espelho ainda que seja jovem. O futuro pode ser sombrio. Acompanhe a Live no Youtube do Instituto Legus

 
 
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    Roseli
  • 7 de ago. de 2023
  • 1 min de leitura

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Segundo Joel Birman, a arte mais próxima da psicanálise é o teatro. Em ambos há uma cena que se descortina, papéis que encenam, catarse que perpassa o espectador, as metáforas, a linguagem. Essa relação se dá entre analista e analisando.

É fato que textos milenares como Édipo Rei, de Sófocles, trabalhem as cenas que se põem em ato para escutarmos o escondido, o assombroso. É muito diferente ler um texto teatral e vê-lo encenado. A transformação incorpora literalmente a cena lida por meio dos atores, do cenário, da sonoplastia. Ler Shakespeare e ver Hamlet é muito distinto. Mais ainda, cada encenador, cada grupo teatral, faz leituras diversas. Cada sessão é única, não há como reproduzi-la. O que se chama ‘caco’ no teatro são as erupções do inconsciente que sobem ao palco sem que atores de fato saibam de onde elas surgiram. Não estavam no texto.

Há inúmeros espectadores que assistem à mesma peça muitas vezes, o resultado é diverso a cada apresentação por mais que marcadores de fala e de lugares sejam exatamente iguais. É como se o texto apenas tomasse forma pela boca e gestos dos atores. O teatro pode exemplificar sentimentos em uma relação psicanalítica: ciúmes, traições, destino, cegueira...tantos e imensos.

Seriam os psicanalistas atores que se colocam em papéis encenados com seus analisandos? Pais, mães, algozes?

Aproveitamos essa relação para apresentar alguns espetáculos teatrais para além das tragédias gregas tão bem conhecidas por alçarem papéis edipianos. Acompanhem-nos para apreciar alguns autores e encenações excepcionais do teatro que calam fundo para a psicanálise. Acompanhe a Live no Youtube do Instituto Legus

 
 
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