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Blogue da Roseli

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  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 5 de jun. de 2023
  • 2 min de leitura

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Psicanálise e literatura mantêm relações muito estreitas. A matéria básica de ambas é o elemento linguagem. Há uma fala e uma interpretação que as permeia. Há a cura, pela psicanálise, de um real sintomático que não se suporta mais pelas vias imaginárias. Isso se dá pelo simbólico. Usar a linguagem para criar. Usar a linguagem poética para encantar.

No livro A menina de Lacan. Um conto Rosa, já no título há uma aglutinação que revela um pouco da obra A menina de lá, de Guimarães Rosa, analisada. Assim, a menina de lá transforma-se em a menina de Lacan. O conto é rosa e de Rosa. Assim trabalha a linguagem.

No caso desse livro, o conto é analisado de acordo com a questão da psicose que se descortina na personagem Nhinhinha. Muitas leituras dão a essa personagem uma interpretação metafísica, mítica. Claro, possível. No entanto, ao relacionar a literatura à psicanálise, a personagem do conto poderia ser a representação de um psicótico porque ela não estaria mais como um ser desejante. Teria parado de desejar? Seria prisioneira de um gozo mortal, da pulsão de morte?

A personagem é uma criança saudável, mas indiferente a tudo. Do nada passa a desejar coisas que acontecem. Milagres? Um último desejo expressa que ela gostaria de ser enterrada em caixão rosa de verdes funebrilhos. A profecia se cumpre. Um silêncio paira por toda a personagem porque ela para de falar e logo depois morre. Ou, um outro mundo se descortina, um mundo já preconizado sem laços sociais como quase sempre a pessoas psicóticas.

Vale a leitura do conto de Guimarães Rosa para estar próximo à linguagem metafórica muito apropriada àquela dos sonhos, da psicanálise. Freud e Lacan foram psicanalistas que fizeram das leituras literárias uma fonte de saber.

Confira o vídeo no Youtube do Instituto Legus

 
 
  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 29 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

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Tutto chiede salvezza, de 2021, estreou na Netflix em 2022, é dirigida por Francesco Bruni, da Itália. A série é baseada no livro Tutto chiede salvezza, escrito por Daniele Mencarelli e publicado em 2020.

Por uma semana, Daniele fica internado em uma clínica para pacientes que apresentam algum tipo de comportamento considerado inadequado. Exatamente, depois de um surto causado pelo uso excessivo de drogas, o jovem agride o pai e acaba recluso. O prazo de reclusão é de uma semana. A princípio, trata-se de uma tortura em que o paciente mal consegue dormir por insônia e por conta dos exagerados gritos dos companheiros de quarto: um já homem maduro, um assumido homossexual, um jovem em estado catatônico e outros dois com explosões diárias.

Passados os dias, no entanto, Daniele começa a prestar atenção a si e aos demais com ele na mesma situação. Mário, o homem maduro fica a observar pela janela um passarinho que só ele vê. O jovem catatônico recebe visitas diárias do pai que a todos conta sobre o fato de o filho ter sido levado a fazer uma parede e, de repente, ter paralisado. Dia e noite ele fica deitado com os olhos abertos a dizer zero palavras. Gianluca lá está tão somente por sua opção sexual não aceita pelo pai, um general do exército. Giorgio, o psicótico que, apesar de amedrontar, transforma-se em meigo jovem que apenas está sem família e busca incessantemente a mãe morta. Madonitta, que grita pela Virgem, mas que se acalma com um cigarro. Ao lado de todos, a chegada à ala feminina de Nina, uma famosa atriz- marionete – faz com que Daniele comece a ver o mundo de outra forma.

Em meio a tudo, dois psiquiatras que se desdobram para atender a seus pacientes e três enfermeiros a ter que cuidar de tudo. Esse é o reflexo de um lugar que carece de recursos materiais e humanos para conseguir melhor atendimento. De qualquer forma, uma semana é o tempo deles na clínica. O tempo para que reflitam e possam voltar às suas casas e recomeçar.

É possível? Para Daniele, a arte da poesia parece ser uma saída.

Confira a live no youtube do Instituto Legus

 
 
  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 22 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

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Em 18 de maio, costuma-se comemorar o Dia Internacional do Museu. O termo vem do grego significando a casa das musas. Entre as musas encontra-se aquela que se relaciona à memória. Qualquer museu é um local que conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno para educação e deleite da sociedade.

Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo que nasceu junto com a própria humanidade. Desde a Antiguidade remota, o homem por infinitas razões coleciona objetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo. Há milhares de anos já se faziam registros sobre instituições vagamente semelhantes ao museu moderno funcionando. Entretanto, somente no século XVII se consolidou o museu mais ou menos como atualmente o conhecemos. Depois de outras mudanças e aperfeiçoamentos, os museus já abarcam um vasto espectro de campos de interesse, e se dirigem para uma crescente profissionalização e qualificação de suas atividades, e se caracterizam pela multiplicidade de tarefas e capacidades que lhes atribuem os museólogos e pensadores, deixando de ser passivos acúmulos de objetos para assumirem um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito à diversidade cultural, e no incremento da qualidade de vida. Muitos dos conceitos fundamentais que norteiam os museus contemporâneos ainda estão em debate e precisam de clarificação.

Um exemplo de museu com a importância do colecionismo é o Museu de Freud em Londres. A coleção, no caso, refere-se à guarda de objetos usados pelo psicanalista quando esteve em Londres com a família, depois de sair da Áustria. No local, também há pertences do uso de Freud em sua prática profissional, além de pinturas e antiguidades.

Confira a live no youtube do Instituto Legus


 
 
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