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Para quem não sabe, o Instituto Legus está fisicamente localizado no município de Barueri, distante 30 km em média da capital São Paulo. Não só, mas exatamente pela localização, acompanhamos de perto a programação cultural da cidade que se desenvolve nesse teatro.

O Teatro Municipal de Barueri foi inaugurado no dia 12 de setembro de 1992, com a peça teatral “Do Lado de Dentro”, de Paulo Guarnieri. Sua construção tem característica eclética e o projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Edison Massakatu Goto. Passou por algumas reformas até ser completamente derrubado em 2018 e recebeu projeto do renomado Ruy Ohtake para o novo prédio. Em 2021, o teatro passou a ser chamado de Teatro das Artes. Paço das Artes.

Além da beleza estética, o espaço ganhou salas musicais e outras para investimento em educação artística dos que o procuram. Possui salas de cinema bem equipadas que apresentam filmes de arte em consonância com o MIS todos os sábados às 17h, sessões gratuitas.

Desde a inauguração do novo teatro, a cidade tem recebido espetáculos de natureza variada: óperas, balés, peças teatrais, show musicais, stand-up, entre outros. O espaço do teatro mantém parte da construção original remodelada com aproximadamente mil lugares. Tem sido elogiado pelos artistas que nele se apresentam constantemente.

Ganha com tudo isso a cidade de Barueri, mas não apenas, já que as apresentações recebem público vindo de toda a capital, interior e de outros estados. No passado, passaram pelo teatro nomes de peso do cenário artístico. Com a remodelação, o teatro está apto a receber obras grandiosas. Para o Instituto Legus, o espaço é forma de divulgar a cultura que está sempre em foco.

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Na dedicatória, Frederico escreveu para mim: Espero que este livro te inspire a espalhar amor pelo mundo. Diz tudo e muito sobre essa obra de literatura juvenil. A narrativa envolve jovens adolescentes que se conhecem na escola exatamente naquele momento de inúmeras dúvidas; entre elas, as questões de gênero.

Em meio às atividades e às festas, esses jovens tentam um ‘encaixe’ projetando em outros a pergunta que sempre fica no ar: quem sou eu? Mais ainda, que é aquele outro com que convivo nesse cotidiano de bullying que se naturalizou.

Na leitura, o leitor vai tentando entender o porquê as nomenclaturas vão surgindo: serei lésbica? Sou assexual? Gay? De repente é como se sentíssemos que todas as diferenças se reuniram para um encontro nessa obra sem que o narrador desse juízo de valor a uma ou a outra. As diferenças desses adolescentes são todas iguais, são agruras de um corpo a ser descoberto.

Ao final, o autor nos brinda com um glossário. Tudo fica claro. Cada personagem vem acompanhado de seu nome e de sua identidade de gênero. Com delicadeza, Frederico Moreira inspira a espalhar o amor pelo mundo e traz vários alertas a respeito de como usar a linguagem: se você não faz parte da comunidade LGBTQIAPN+, não use termos que possam ferir ou serem mal interpretados. Lembramos aqui da obra recente de Santiago Nazarian, já comentada no Cultura em Foco: Veado assassino. A comunidade sabe como usar esses termos. Aos de fora, soam pejorativos.

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Adriano Messias, inspirado em suas próprias experiências de leituras infantis e adolescentes, projeta quatro meninos que sucumbem a um acidente de avião e vão parar em uma ilha deserta. A questão da obra está na contracapa: será cada qual de nós uma ilha cercada de questões e dúvidas por todos os lados? Mais ainda, partindo da questão filosófica, Nenhum homem é uma ilha, do poeta John Donne, o autor traz a reflexão desse aforismo dada por Millôr Fernandes: Nenhum homem é uma ilha, a não ser quando devidamente cercado de água por todos os lados, a paródia em que o tom desmistifica a afirmação. Em certo sentido, cada um dos quatro meninos mostra uma particular versão de serem ilhas e de quais são suas águas por todos os lados.

A ilha dos quatro meninos pode ser considerada literatura infantil e juvenil. Não apenas pela idade de seus protagonistas, em média de 12 a 14 anos, mas pelas aventuras vivenciadas por eles, pelos sonhos que povoam nosso imaginário adolescente, pelas buscas e soluções para problemas que parecem insolúveis.

As configurações filosóficas estão por toda a parte sem que nos pareçam maçantes como aulas de história ou de literatura. Um dos meninos tem por nome Ícaro o que imediatamente nos leva à mitologia e os significados que esse mito tem para a humanidade e, principalmente, dentro da narrativa. As questões científicas nos recebem e são explicadas pelos garotos na voz das aulas do professor de ciências que perde a vida no acidente, mas deixa ensinamentos que promovem entre os meninos saídas de situações como saber que plantas ingerir, por exemplo.

Chama a atenção na obra, a linguagem conduzida em boa parte por meio de diálogos muito claros, mas sem que haja condescendência em minimizar informação. Há um respeito ao leitor pela linguagem narrativa, esse respeito se insinua pelos diálogos precisos e que incorporam um certo suspense sobre quem são esses meninos. Um em particular traz um incômodo que logo se faz ver e que se revelará ao modo rosiano em uma descoberta delicada. Como Ícaro queria voar, todos os meninos queriam sonhar. Assim sonham os leitores com a possibilidade aberta. O final não é único. E ...não conte a ninguém os finais deste livro. Não contarei.

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