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Blogue da Roseli

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  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 29 de nov. de 2021
  • 1 min de leitura

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A literatura infantil e juvenil está repleta de temas contemporâneos que causam muitas vezes sofrimento a crianças e jovens. Seria mais fácil se esses temas fossem objeto de discussão nas famílias. Uma oportunidade é a leitura de obras delicadas para tratar de temas difíceis.

A síndrome de Down costuma habitar a lista de temas indesejáveis e forte valor de exclusão dessas crianças, jovens e adultos. O preconceito, em que pese as novas teses de inclusão, ainda é muito grande na sociedade.

A editora Tabla lançou em 2021, a obra Yunis. O livro é de Amal Naser, uma libanesa nascida no México. As belíssimas ilustrações são de Anita Barghigian, de Pisa, na Itália. Essas imagens dão a delicadeza ao livro ao retratarem o menino Yunis com características físicas das crianças com síndrome de Down. As figuras revelam-se pela correspondência ao texto de Amal. Diz ela sobre Yunis: “Yunis tem síndrome de Down”.

Yunis está ao lado do Pássaro Azul e tem uma incrível habilidade para fazer doces e encantar as pessoas. Na obra, traduzida por Maria Carolina Gonçalves, tradutora do árabe para o português, a beleza sensível é dada a ver e sentir aos seus leitores. Yunis chama seus amigos com síndrome de Down de amigos com síndrome de amor. Linda narrativa.

 
 
  • Foto do escritor: Roseli
    Roseli
  • 22 de nov. de 2021
  • 1 min de leitura

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Dizem que caprinos estão muito afeitos às coisas terrenas. Isso deve parte da ideia àqueles que precisam se agarrar à natureza para não despencarem montanhas abaixo. Vale dizer que sonhar estaria longe daqueles que seguem esse padrão justamente porque qualquer deslize e a vida correria perigo.

Agarrar-se ao trabalho, às conquistas, às buscas de mais e mais, a ser melhor em todas as áreas corresponde a um processo obsessivo. Isso já não é mais sobre caprinos, mas sobre pessoas obstinadas a um processo frequente de crescimento. Até certo ponto, isso é normal dentro de uma sociedade competitiva como a contemporânea.

Mas manter os pés no chão compulsivamente pode causar sofrimento ou levar a comportamentos repetitivos como lavar frequente as mãos, sofrer demasiadamente com a ansiedade a ponto de desenvolver sintomas indesejáveis, estar preso ao inexorável.

Se o nível de exigência cresce em demasia, aparece o TOC Transtorno Obsessivo Compulsivo. Nesse caso, o melhor é relaxar vendo uma excelente comédia sobre o tema:

"Toc Toc". Trata-se de uma comédia espanhola do diretor Vicente Villanueva, de 2017.

Permita-se rir e soltar-se do chão.

 
 

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Falar do negro na sociedade brasileira remete ao entendimento sobre as questões da racialidade, da etnia, em função da biologia e da cultura, ou seja, trata-se de desconhecer o papel da antropologia quando aponta que é exatamente pela cultura que discussões aparecem. Em outras palavras, nada na biologia aponta para as diferenças que segregam o negro.

Em Racismo Estrutural, Sílvio Almeida comenta que o racismo não é algo que poucas pessoas ou instituições optaram por praticar, mas uma característica dos sistemas sociais, econômicos e políticos em que todos nós existimos.

A própria estrutura da língua portuguesa desconsidera culturalmente os ensinamentos da antropóloga Lélia Gonzalez em suas considerações sobre o ‘pretuguês’ naquilo que a autora considerou como um lugar em que se insere o Brasil: a ‘Améfrica Ladina’.

Entre colorismo, branqueamento, transição capilar, acompanhamos desdobramentos desse racismo estrutural que ora se esconde, ora se coloca criticamente como a pensar sobre o nosso ‘lugar de fala’ para combater essa estrutura com atitudes não apenas de não sermos racistas, mas de empreendermos a fala do antirracismo como nos diz Djamila Ribeiro.

É um momento de pensarmos na existência de quilombolas e na manutenção das cotas raciais que passarão por validações. É passada a hora de pensarmos na dor e sofrimento causados pelo racismo como já apontava o psiquiatra Fanon décadas atrás no século XX.

É necessário reiterar que a cultura brasileira não é branca. E, por isso, caminhamos com Lélia Gonzalez e dizemos com ela: ‘o lixo vai falar’.

O Dia Nacional da Consciência Negra acontece em 20 de novembro, no Brasil. Criado em 2003 e incluído no calendário escolar, foi oficialmente instituído nacionalmente pela lei nº 12 519, de 10 de novembro de 2011. A data aponta para a morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil, em 1965. Também em novembro, no dia 18, há o dia do combate nacional ao racismo. Espero vocês!!

 
 
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