Entre forma e conteúdo?
- Roseli

- 13 de out.
- 2 min de leitura

Vez por outra, uma polêmica retorna: o privilégio de forma ou conteúdo em uma obra de arte. Muitos teóricos se debruçaram sobre esse tema. Se tomarmos os estudos do linguista Saussure, veremos que há uma imagem que pode representar as duas coisas: uma moeda, cara ou coroa, significado ou significante. Ou seja, forma e conteúdo. Assim, poderíamos pensar que tudo exibe essa dupla relação, o que está fora e o que está dentro. Poderia ser assim simples, mas não é exatamente como acontece. Nada se apresenta com essa dicotomia. Não é possível olhar para algo observando essa divisão dual. Um ser humano, por exemplo, não é medido por seu corpo ou por sua alma. É possível pensar que algo nem sequer pode ser visível.
Freud apontando o conceito de inconsciente bem disse que essa parte mais profunda pode se revelar em sonhos, em atos falhos, em chistes... Nesse sentido é algo que não se vê exatamente, mas que em nós está presente. De certa maneira, o filósofo Peirce também foi além de considerar tudo como isto ou aquilo. Palavras, por exemplo, abrangem conteúdo, têm uma forma verbal de como são escritas e expressam imagens visuais, entre outras e tantas colocações.
Somando muitas teorias, podemos inferir que é difícil observar uma obra de arte tão somente pelo seu conteúdo, digamos, o tema ali trabalhado. O que aponta como aspecto externo também não delimita a forma de uma obra: poema, prosa? Há obras em que a poesia está presente ainda que ela não tenha sido escrita em versos. Há obras em verso que narram histórias sem que qualquer elemento poético, além da forma, nelas apareçam.
Como ficamos? Ficamos esperando por inovações que abracem as duas e muitas outras coisas.
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