Literatura e Psicanálise – A consciência de Zeno, de Italo Svevo
- Roseli

- 29 de set.
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Italo Svevo, pseudônimo de Aron Hector Schmitz, depois italianizado para Ettore Schmitz (Trieste, 19 de dezembro de 1861 — Motta di Livenza, 13 de setembro de 1928), foi um escritor e dramaturgo italiano.
La Coscienza di Zeno é uma das obras do escritor. O personagem principal é Zeno Cosini e o livro são suas memórias ficcionais que ele escreve a pedido de seu psiquiatra. Enquanto escreve, ele aprende sobre seu pai, seus negócios, a esposa e seu hábito de fumar. O romance foi publicado em 1923. A publicação no Brasil nesta análise é a da editora Nova Fronteira, de 2021.
Interessante saber que o autor foi o tradutor de Freud na Itália e, muitas vezes, na obra é possível perceber finas ironias em relação à psicanálise. Notadamente, o último capítulo do livro pode ser considerado um dos melhores momentos da obra. Nele o personagem expõe práticas psicanalíticas como a reconstituição da infância, sonhos a serem analisados e de como Zeno se sentia nas sessões que considerava torturantes: ouvia “que desejava roubar a esposa – minha mãe – de meu pai...”,“o desejo de matar o pai e de beijar a própria mãe”, “Édipo infantil”, e de como o psiquiatra “acreditava que eu deveria continuar a psicanálise”. Entre outras ideias, paira a definição de Zeno sobre suas doenças, ele amava as doenças. A doença real era simples, bastava deixá-la agir, bem diversa da doença imaginária. Às últimas páginas declara: “Mais do que a psicanálise seria necessária”.
Embora o autor tenha conquistado escritores como James Joyce que traçou um novo paradigma para a literatura, Svevo cria essa narrativa com olhares e, ainda, técnicas da narrativa do século 19. E para nós sem dúvida, nesse caso, Machado de Assis foi muito mais perspicaz.
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