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  • Foto do escritorRoseli

Obesidade, gordofobia, relações conturbadas em A baleia


O filme A baleia é de 2022, dirigido por Darren Aronofsky. O diretor é bastante conhecido e lembrado por alguns filmes em que a questão do corpo também é colocada em evidência: Cisne Negro, já apresentado pelo Cultura em Foco, e O lutador, por exemplo.

Isso leva a questões apresentadas em críticas desfavoráveis ao filme como o uso de maquiagens para mostrar um corpo desfigurado como em O lutador ou mesmo em A baleia. Quem viu Cisne Negro também percebe a obsessão da bailarina com o ser perfeito. Em outras palavras, aqueles contrários a esses filmes apontam uma terrível identificação que consideram exagerada: o comer desesperadamente a ponto de sofrer um engasgo, lutar até o limite do corpo ou transformar-se na busca de um espelho exigente.

Olhando atentamente, os filmes de Aronofsky provocam a ira dos espectadores, mas apontam para outras questões, além do corpo, mas que emanam do corpo: as relações familiares. Com as mães e com as filhas. Com a família e com amigos. Com as instituições principalmente: religiosas, artísticas, de shows. Significa que críticos contrários ao filme A baleia, por exemplo, chegam a constranger espectadores que se emocionaram com a obra porque consideram, no caso, a questão da gordofobia.

Ficam perguntas no ar. Chorar ao assistir ao filme significa preconceito em relação à obesidade? Odiar a personagem de Cisne Negro é preconceito em relação ao corpo perfeito? Apiedar-se de O lutador é preconceito em relação aos acintes dolorosos a que se submete o corpo por conta de dinheiro?

De qualquer forma, o trabalho desses atores rende-lhes prêmios como é o caso de Brendan Fraiser, o Charlie, de A baleia. Não se trata apenas de maquiar um corpo para ficar obeso. Um ator para alinhar relevância em sua carreira há de ser muito mais que um corpo. No caso de Brendan, o filme devolveu-lhe dignidade no meio artístico. Isso não é pouco considerando a mesma reação dada ao ator Mickey Rourke. De galã a um desfigurado rosto, ele também ressurgiu das cinzas, como um Cisne Negro.

Por tudo e muito mais A baleia é um filme para ser visto, para dar emoção, mas também para chamar atenção ao preconceito, à gordofobia. E para as relações familiares e amorosas.

Confira a live no youtube do Instituto Legus

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