Páthos e Ágape- monólogos dramáticos e histórias de paixão, amor e amizade, de Sílvia Simone Anspach
- Roseli

- 7 de jul.
- 2 min de leitura

A publicação de Páthos e Ágape é da editora Telecazu Edições de 2025. A autora Sílvia Simone Anspach tem um vasto currículo acadêmico e várias obras publicadas no Brasil e no exterior. Nessa recente obra, Sílvia trabalha três momentos poéticos: Páthos, Ágape e um Epílogo. Dessa maneira, há um divisor de águas entre as partes que se pode constatar pelos nomes dados a elas. Páthos, que remete ao sentido grego, contém textos ligados a sofrimentos, experiências, emoções. Nesse sentido, inclusive literalmente, o leitor percebe estar diante de duas escrituras, quase diante de duas escritoras diversas já que em Ágape o que se percebe são textos em que a questão da philia no sentido grego transborda em amores irmanados e incondicionais. Muito distinto da Parte 1 em que o jorrar das palavras beira à incoerência, à falta de coesão do texto. O arremate é dado pelo capítulo final em que há tecidos de um fazer e desfazer-se na ânsia de compreender a tecitura das palavras. Penélope – no epílogo – final, em metalinguagem decifra códigos e percebe a incompletude das redes e das vivências. Essas partes textuais portam linguagens diversas e divergentes. Em Páthos, estamos diante de uma escritura que pode chegar ao nonsense, talvez próxima daquilo que o psicanalista Lacan evidenciou como o registro do real, o impossível de ser dito, escrito, bordado. Significa muitas vezes perder o fio da linha condutora da obra. Por conta disso, em Ágape, o bordado segue a linguagem do simbólico, das regras da sintaxe e da semântica. De certa forma, um alívio ao leitor que poderá ficar tentado ao desespero da primeira parte. De toda forma, nas duas partes, a obra em prosa é entremeada de citações em forma poética, poesias de outros e da própria autora. Há que conferir esse livro que por conta das partes poderá ser lido a partir de qualquer uma, da escolha do leitor. Que o “limbo” possa levar a um “tempo” que não é o de “lamento”, mas àquele sol “dourado e sinestésico” de uma vida, como “as mãos de Tata”, aquela que teceu sabores e aromas.
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