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Blogue da Roseli

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  • Foto do escritorRoseli

O filme Barbie foi lançado em julho de 2023. Dirigido por Greta Gerwig, a obra abriu estrondosa crítica quase sem precedentes entre os favoráveis e os críticos ao filme. Um sim e não sonoros. Ninguém achou algo mediano.

O Cultura em Foco esperou assentamentos de ânimos para tecer alguns comentários sobre essa obra. Houve críticas de psicanalistas como Christian Dunker que deram contribuições preciosas sobre Barbie. Da mesma maneira, uma parcela do público considerou o filme inadequado para as crianças, embora ele exibisse um limite de idade permitido a elas.

Como poucos, Barbie esbarrou em conturbadas reações ao rosa completo do guarda-roupa da boneca. Dirigido por uma mulher, com uma personagem central feminina que se tornou um ícone de boneca, mas também um imaginário do que, principalmente, as meninas queriam ser.

Mas o filme quebra essa hegemonia porque mostra Barbie saindo da Barbieland para buscar a Barbie real, aquela que precisa de calçados adequados que suportem um corpo esguio, mas que precisa ficar em pé como o faz a Barbie em desuso, aquelas isoladas das crianças, assim como aquelas que fogem aos estereótipos de beleza cristalizada como o ícone Barbie.

Em disputa com o eterno namorado Ben, esplendidamente interpretado pelo ator Ryan Gosling, que rouba as cenas de Barbie e da Barbieland, a eterna cor de rosa se desequilibra. Mas como toda heroína, ela faz sua jornada em que enfrenta todos os dragões, retoma Barbieland e, pasmem, vira um ser real! Tal qual, a mãe e filha do mundo em que Barbie era tudo para a mãe e nada significativa para a filha. O contemporâneo pedia uma Barbie que reconhecesse direitos das mulheres, o que estava um tanto longe das inspirações ideais da boneca.

O resultado é hilário. A primeira coisa que acontece à Barbie real é ficar grávida. Certo, mulheres ficam grávidas. Mas mulheres do século XXI vão além da figura da maternidade. Enfim, não se pode exigir tudo de uma boneca que se torna humana.

O fato é que o filme levou milhares e milhares ao cinema, gerou debates conturbadíssimos, final de copa de mundo mesmo. Mas passou. Passados os meses, muito provavelmente, Barbie deve estar com Ken embalando um bebê que, quem sabe, são será a continuidade da narrativa em mais um filme.

O público que invadiu as ruas com a cor de rosa aplaudirá.

Live no YouTube do Instituto Legus.

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  • Foto do escritorRoseli

A nova obra da autora Micheliny Verunschk já está nas livrarias pela Companhia das Letras em 2023. O livro anterior, O som do rugido da onça, ganhou o Jabuti de 2022 e foi comentado aqui no canal e no instagram do Instituto Legus.

Com a prosa sintética um tanto rosiana que é a sua marca literária, em Caminhando com os mortos, a autora constrói uma narrativa que permeia preconceitos em relação às mulheres, um retorno contemporâneo das mulheres queimadas em fogueiras pela intolerância religiosa.

A prosa da autora é uma construção exuberante, mas vagarosa, silenciosa. O impacto de uma mulher sendo queimada viva e por quem, saberemos ao final, é brutal.

Nossos olhos se chocam com a brutalidade da cena e a ingenuidade que se abate sobre a família em nome da religião.

Arrasador esse romance.

Confira!

Live no YouTube do Instituto Legus.

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Santiago Nazarian tem um estilo mordaz de escritura. O que isso significa? Ninguém sai impune de suas narrativas. Ele é audaz também pelo fato de ser excelente tradutor.

O título de seu recente livro vai nessa direção. Um leitor pudico e pouco conhecedor da literatura e do autor talvez declinasse da leitura.

São várias as questões que surgem em Veado Assassino. Uma delas completamente contemporânea e atual é a presença de um personagem adolescente não binário. Mais, o jovem tem uma irmã trans. O conflito está instaurado na narrativa toda em diálogos muito bem feitos como em um texto teatral. As falas são entremeadas por um interlocutor que, ao longo da narrativa, vamos percebendo ser um profissional que tentará entender os motivos do rapaz. Contar sobre isso ao leitor que ainda não leu quebra a ideia de um certo suspense da obra.

Veado Assassino tem publicação da Companhia das Letras e chegou ao mercado em 2023. O autor escreveu o belíssimo Fé no Inferno sobre o genocídio armênio, entre outras obras. Vale conferir!

Live no YouTube do Instituto Legus.

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