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Blogue da Roseli

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Foto do escritor: RoseliRoseli

Uma questão que podemos levantar é por que lemos os clássicos? Esse é um ponto de O sol também se levanta, de Ernest Hemingway, publicado originalmente em 1926 dentro de um período contemporâneo da literatura norte-americana, é o primeiro romance do escritor. O Sol também se levanta gira em torno de um grupo de expatriados sediados em Paris, inspirado no próprio círculo de escritores e artistas frequentado por Hemingway. O grupo incluía Gertrude SteinEzra PoundPablo Picasso e F. Scott Fitzgerald representantes da geração pós-guerra, uma geração perdida que vagava por Paris sem transformar nada, mas cheia de ambição.

O estilo, principalmente dessa obra, beira ao Existencialismo de um mundo desprovido de sentido que o autor aponta com uma linguagem mais jornalística e que muitas vezes deixa entrever temas que são sutilmente apresentados pela observação do olhar de um jornalista, formação inicial do autor.

Nessa obra, de fato, percebemos a década de 20 em Paris, principalmente, em que ‘loucos anos’ ferviam. Assim é o grupo que acompanha o personagem Jake e seus amigos. O mesmo grupo que acompanha a ‘Fiesta” em Espanha, a de San Fermin em Pamplona. Fiesta é a tradução espanhola para O sol também se levanta.

Enfim, um Roman à clef, gênero literário em que o autor retrata pessoas e eventos reais por meio de personagens fictícios. A expressão francesa significa "romance com chave". Confira!

Acompanhe a live no Youtube do Instituto Legus - https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos

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A peça está em cartaz até dezembro de 2024 no TUCA, teatro em São Paulo, na capital. Na comédia Dois de Nós, texto escrito por Gustavo Pinheiro, com direção de José Possi Neto, dois casais de gerações diferentes encontram-se em um quarto de hotel. Segredos e mentiras começam a ser revelados trazendo à tona um divertido turbilhão de sentimentos com muita emoção e desafios que mudarão a vida deles para sempre. “A peça propõe um jogo muito prazeroso e divertido para os atores e mais ainda para a plateia”, conta Fagundes, há 22 anos sem encenar um texto de autor brasileiro (o último foi “Sete Minutos”, de sua própria autoria).

De forma poética e bem-humorada, são abordados assuntos comuns aos casais como rotina, filhos, dinheiro, tempo, realização profissional, desejo sexual, frustrações e mágoas, tudo à luz das mudanças velozes de comportamento, características da atualidade. Da interação dos personagens, emergem as picuinhas da intimidade, as questões mal resolvidas, as implicâncias, mas também as cumplicidades.

Nesse espetáculo, estamos às voltas com o passado e o futuro emplacando no presente. Culpas e agressões são atiradas para os dois lados. Será possível mudarmos o passado para que o futuro nos reserve um presente favorável? Essa é a questão que o texto apresenta como reflexão.

Acompanhe a live no Youtube do Instituto Legus - https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos



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“A Substância”, da francesa Coralie Fargeat, estreou no Brasil em setembro de 2024, e traz no elenco duas belíssimas mulheres, Demi Moore e Margaret Qualley.

Há marca de encontro dessas atrizes, a madura e experiente em seu papel excelente com a jovem que se depara com um ícone do cinema. De certa forma, emana coragem das duas. Moore por apresentar ao público que a prestigiou com Ghost, de 1990, uma atriz vibrante que aos 61 anos esbanja beleza e maleabilidade. Qualley, com 29 anos. Era de se esperar que 30 anos vão animar o debate. Metade da vida de Demi se encontra com a jovialidade de Margaret. Um encontro instigante.

A crítica tem tratado o filme com a alcunha de terror. É possível mesmo pensar no que escreveu Marcelo Rubens Paiva no jornal Folha de São Paulo, sobre o filme, em 6 de outubro de 2024: filme de terror é constatar que o bem-estar social e a saúde do planeta comandam a economia mundial. Segundo ele, isso sim é um filme de terror.

O fato é que os trinta anos que separam as duas personagens e as duas atrizes tocam em uma relevante questão dentro do filme. A estrela de Hollywood, Elisabeth Sparkle ganhadora de um Oscar, apresenta-se como professora de dança para sobreviver. Aos 50 anos é considerada velha. Será trocada por outra mais jovem, 30 anos mais jovem. O que fazer? Ceder esse lugar à outra não passa por sua cabeça, porque isso significa perder a única fonte de renda que ainda tem. Nesse momento, entra em cena um produto, ‘activador’, a substância. Daí para frente Elisabeth gera um seu outro eu, Margaret, mais jovem, e que tomará suas atividades no programa de dança. Mais ainda, a jovem vai sugar toda a essência de Elisabeth até nada mais sobrar, nem para ela mesma, porque- sabemos- ambas são uma só. Se uma sucumbe, a outra também.

No todo, a obra revela um dos graves sintomas da cultura: o descontentamento com seu próprio eu, uma ânsia de manter-se jovem, bonita, ativa para sempre. Qualquer semelhança da própria atriz, Demi Moore, ou com qualquer outra mulher madura, não é mera coincidência. Como no filme, temos visto corpos retorcidos e esticados transformando tudo em monstruosidade. Retomando o artigo de Paiva, é isso: criador e criatura deformados e destruídos.

Acompanhe a live no Youtube do Instituto Legus - https://www.youtube.com/c/INSTITUTOLEGUS/videos

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