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  • Foto do escritorRoseli

Os véus e as noivas: Psiquê


Dizem que o mês de maio é o preferido das noivas. Talvez porque nestes trópicos é um tempo ameno de outono e o clima facilita o uso de modelos extravagantes e que tornaria difícil o movimento se o verão fosse o escolhido. Segundo ritos cristãos, o mês é dedicado à Maria e a toda iconicidade que isso representa mesmo em pleno século 21. Também é maio o mês da divindade Maia e a predileção pelas flores, mesmo sem que a primavera estivesse no ar, ao menos deste lado do mundo. E, enfim, pesar de todos os pesares, parece que os casamentos ocorrem mesmo em meses de férias escolares, julho e dezembro. Essa é a prática observada.

Falar em noivas e casamentos, aponta para um elemento indispensável da roupa, o véu. Há várias possibilidades para entender o uso desse adereço. Assim como o vestido, ele também é branco o que indicaria o caráter de pureza daquela que o coloca sobre a cabeça e, muitas vezes, cobrindo todo o rosto. O véu foi sinal de nobreza e lembra a deusa oriental do amor, Ishtar.

Uma das mais interessantes ideias do uso do véu remonta ao mito de Eros e Psiqué. A noiva chega ao casamento usando algo que a cega perante Eros, o deus do Amor. Metaforicamente, ao levar ao rosto de Eros a luz que faria Psiqué vê-lo, descobrirá a beleza desse amor e, ao mesmo tempo, a ira que se levanta da parte de Eros ao acordar. De certa forma, à noiva não lhe é dada essa visão. Ela virá ao descobrir, como no poema de Fernando Pessoa, que ela, Psiqué, é também ele, Eros. Mas haverá uma longa travessia até essa sabedoria, o casamento.

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